Corona vírus e o fim da revolução industrial

Neste momento vivemos no centro do furacão. O Corona Vírus trará oportunidades mas neste momento exige medidas. Medidas que vão para além da política e de decretos de lei. Exige cidadania. A única saída para este flagelo. Se soubermos usar a nossa responsabilidade como cidadãos teremos em mãos a grande oportunidade deste século.

Durante esta semana tenho falado com alguns ex-participantes da Certificação do Instituto Eneacoaching.

Muitos deles a agradecer o forcing que receberam no Instituto para a prática de Coaching on-line durante a Certificação e que lhes tem permitido viver a sua Paixão do Coaching e apoiar os seus clientes nestes momentos de crise. Outros a pedir ajuda para retomar o tema que tantas vezes me escutavam insistentemente falar nas aulas e da própria experiência da Certificação de trabalhar o Coaching on-line.

Em 2014 com o nascimento da minha 2ª filha eu decidi que em 5 anos passaria todo o meu negócio de presencial para on-line. Nessa altura o trabalho presencial representava 100% da facturação. Ao fim de 2 anos 50% do meu negócio de Coaching era on-line, no ano 2019 representou 90% e esperamos até ao fim de 2020 estar exclusivamente on-line.

Há muitos anos que tenho vindo a antecipar a tão necessitada revolução digital ou o que alguns historiadores insistem chamar de 3ª fase da revolução industrial. Nada contra a história mas o facto de ficarmos “agarrados” à palavra indústria traz consigo a perda da palavra mais importante: REVOLUÇÃO! Por isso por mim, será sempre uma revolução, revolução digital. Essa que há muito tem sido travada pelo homem.

Revolução industrial não é ter emails no telemóvel ou fazer video-chamadas ou mesmo fazer likes em publicações de amigos que resistem em se transformarem.

A palavra revolução deriva do latim revolutio/revolvere, que significa “dar voltas”, “completar voltas”. Eu adicionaria, completar ciclos. E por isso recomeçar outros.

Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. Seguiu-se a revolução industrial e a necessidade de conciliar a mão-de-obra humana e as máquinas exigiam uma presença humana no local de trabalho. Que todas as pessoas entrassem em um horário específico e concertado. Que todos saíssem ao mesmo horário e o propósito não era pensar, apenas executar.

A verdade é que nós humanos não conseguimos materializar a tão inevitável revolução digital. Está a ser necessário uma crise viral para nos começar a fazer pensar e agir de forma diferente. Pensar que provavelmente mais de metade da população pode trabalhar a partir de casa, que a maioria das pessoas pode fazer as reuniões da empresa na casa que se endividaram para viver mas que apenas dormem. Que em vez de viver dentro do carro pode ser mais produtivo viver e produzir a partir de casa.

Bom, sei que para alguns de vocês a questão poderá ser: As pessoas não sabem gerir o seu tempo e não serão produtivas. Bem sei, mas consta que na revolução industrial muitos produtores artesanais faliram devido à sua incapacidade de adaptação. Por isso se chama revolução. Fim e início de um novo ciclo. Neste caso a revolução está à disposição de todos aqueles que desejem se adaptar a uma nova realidade.

Essa é já a diferença dos Coaches que passaram pelo Instituto Eneacoaching e que hoje vivem do seu Coaching on-line, podendo viver a sua Paixão de transformar a vida das pessoas e estando ajustadas à nova revolução.

Enfrentemos com serenidade e cidadania este furacão que agora vivemos porque temos uma revolução para concretizar.

Que sejamos lembrados pela história da braveza com que recriámos a nova sociedade, a nova economia e a nova cidadania.

Eduardo Reis Torgal