COMO TRABALHAR AS METÁFORAS NO PROCESSO DE COACHING?

No artigo de hoje, queria partilhar contigo uma ferramenta que utilizo frequentemente nas minhas sessões de coaching com clientes: a metáfora.
Uma metáfora é, nada mais, nada menos, que uma história com significado e, no coaching, as histórias são uma excelente forma de manter o teu cliente interessado naquilo que está a acontecer na sessão. Quando estas histórias têm um significado, o cliente é transportado para o seu imaginário e preenche esse mesmo imaginário com aquilo que faz sentido na sua realidade. Na prática, isto significa que o próprio cliente transporta a moral da história para a sua vida, tornando a metáfora poderosíssima numa sessão de coaching. A metáfora, inclusive, faz com que a sessão de coaching perdure na mente do cliente, exatamente pela capacidade que as histórias têm de se manter no nosso pensamento.

Como aplicar metáforas no processo de Coaching?
Para aplicar metáforas no processo de Coaching, aquilo que te recomendo é que tenhas um conjunto de metáforas pré-selecionadas, que sintas que têm a elasticidade necessária para ir captar o inconsciente do teu coachee. Para que consigas escolher metáforas que tenham realmente impacto e que gerem alguma identificação ao teu cliente, não te esqueças que é essencial teres em mente o momento do teu coachee e o objetivo final do processo de coaching. As metáforas que escolheres não têm de ser extremamente diretas ao assunto, até porque é o teu cliente que as preenche com significado, mas é necessário que pelo menos tenham alguma lógica face ao percurso do coachee.
Exemplos de utilizações de metáforas no processo de Coaching
Como sabes, no Instituto Eneacoaching, eu trabalho com o método nos 9 passos e com o Eneagrama, que se apoia em 9 perfis de personalidade.
Este enquadramento que acabo de partilhar contigo é necessário, porque quero dar-te um exemplo concreto de uma metáfora que aplico com frequência a um tipo 6, um tipo precavido, que tem muitas vezes dúvidas no próprio avançar do processo de coaching e que sentem algum atrito face à mudança. Caso tenhas zero conhecimento sobre o Eneagrama, podes igualmente aplicar esta metáfora quando te deparas com um caso em que te pareça que o coachee, na tomada de decisão, tenha sempre muitas dúvidas e pense sempre o pior.
Esta é, então, a metáfora das tartarugas. Existia um grupo de tartarugas que tinha decidido fazer um piquenique muito importante. Há dois anos que as tartarugas estavam a planear este piquenique e, no dia em questão, reuniram o farnel e começaram a viagem na direção daquele local magnífico que tinham escolhido para a ocasião. A viagem durava um dia e as todas as tartarugas estavam entusiasmadas para chegar àquele local de sonho.
Mal chegam, começam a preparar o piquenique e, de repente, uma das tartarugas apercebe-se que não há sal. Depois de um grande alvoroço, a tartaruga mais velha decide que devem nomear alguém para voltar atrás e ir buscar o sal, enquanto os restantes aguardam.
Na dúvida sobre quem nomear, as tartarugas decidem que é a tartaruga mais nova que deve retornar para ir buscar o sal. A tartaruga mais nova não fica muito feliz com a decisão e diz:
– Se eu for buscar o sal, vocês não vão esperar por mim e vão começar o piquenique.
A tartaruga mais velha responde:
– Não, tens a minha palavra de honra que ninguém dá sequer uma dentada enquanto não voltares.
A tartaruga acede, mas faz o lembrete:
– Eu vou, mas com a condição que não começam a comer antes que eu chegue.
Mal sai da ilha, a tartaruga mais nova esconde-se, desconfiada de que as restantes tartarugas não vão respeitar esse compromisso. Ela tem a certeza de que eles não vão conseguir aguentar. Ela espera um dia. Espera dois dias. Espera três dias. Espera uma semana.
Ao final de sete dias, a tartaruga mais velha dirige-se às outras tartarugas:
– Bom, tenho a certeza que tivemos um infortúnio e que algo aconteceu à nossa tartaruga mais nova. Ou se perdeu, ou pode ter tido um encontro com um tubarão…. Infelizmente, temos de continuar a nossa vida e comer para que nós mesmas continuemos a estar bem.
Mal a tartaruga vai dar a primeira dentada, a tartaruga mais nova sai do seu esconderijo a gritar “eu sabia, eu sabia!”. Todas as tartarugas ficaram surpreendidas e tristes, porque não só ela não foi buscar o sal, como acabou por fazer com que o piquenique deixasse de ser uma boa experiência, quer para si, quer para as suas amigas tartarugas – tudo por desconfiança.
Esta metáfora, quando colocada num momento em que o coachee está com muitas dúvidas, é uma grande chave para que o cliente perceba que é preferível entrar em ação e ver aquilo que pode acontecer, ao invés de ficar escondido e optar por poder “perder” a oportunidade.
Se queres aprender mais sobre todas as ferramentas que utilizo em sessão, inscreve-te na nossa Certificação Eneacoaching 2.0. Aprende como oferecer transformações sustentáveis aos teus clientes e descobre o passo a passo para teres um negócio de coaching que te preenche e que te permite ter rentabilidade financeira.
http://pt.eneacoaching.com/certificacao-eneacoaching
Responses